Amor e Humildade - Dons Inseparáveis
"De facto, quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado" (Lc 14:11)
Muitas vezes atribuímos culpas a Deus que na verdade são nossas. É muito triste ver algumas pessoas (às vezes até os próprios sacerdotes) a utilizarem a Palavra Divina a seu favor a fim de justificarem as suas misérias. São os primeiros a julgar os outros, mas esquecem-se que isso só compete ao Altíssimo. O rei David, embora fosse um homem cheio de poder e riquezas, mantinha a sua humildade: "Ensina-me a cumprir a tua vontade, pois Tu és o meu Deus" (Sl 143:10).
Deus criou-nos porque quis, e deu-se a conhecer porque também foi da sua vontade. Na verdade, somos nós que precisamos d'Ele, não é Ele que precisa de nós. O livre-arbítrio é um dom que foi concedido a cada um de nós e não tem preço. Cabe a nós utilizá-lo para o bem ou para o mal, o Senhor nunca nos vai obrigar a seguir o caminho que nos apontou. Várias pessoas questionam o porquê de Deus não fazer um milagre visível para que todos acreditem, já que é omnipotente. A resposta é simples: se Ele o fizesse, seríamos como que obrigados a crer na sua existência, e grandes são os sinais que já nos deu através de Jesus Cristo para nos guiar ao caminho certo.
Nos tempos atuais, os católicos estão cada vez mais descontentes com o que veem dentro da Santa Igreja. Realmente, há muitas pessoas que agem de forma errada, fazem tudo menos aquilo que Deus pede e ainda acham que são maiores que os outros. "Se alguém quer gloriar-se, que se glorie de conhecer e compreender que Eu sou o Senhor, que na Terra estabeleço o amor, o direito e a justiça, pois é disso que Eu gosto" (Jr 9:23). Estas pessoas cometem o grande erro de pensarem que só por frequentarem os Santos Sacramentos vão ser salvas, quando na verdade é preciso algo muito maior que isso: o amor. Já dizia São Paulo que quem é movido pelo amor "não procura o seu próprio interesse" (1 Cor 13:5).
As pessoas dizem que Deus é amoroso, mas esquecem-se que Ele também é justo. "Ele é a Rocha, e a sua obra é perfeita, porque toda a sua conduta é o Direito. É Deus fiel e sem injustiça: Ele é a Justiça e a Retidão" (Dt 32:4). Frequentemente pensamos mais na Cruz do que a Ressurreição. Jesus está vivo, vê tudo, mesmo aquilo que os homens perversos escondem. Tudo o que fazemos tem uma consequência e se nós seguirmos a nossa própria vontade nunca poderemos ser verdadeiramente felizes porque temos uma natureza com tendência para o mal. Por isso é que devemos dar o exemplo enquanto cristãos tanto na Igreja como na sociedade. "Como um pai é compassivo com os seus filhos, o Senhor é compassivo com aqueles que O temem: Porque Ele conhece a nossa estrutura, Ele lembra-Se do pó que nós somos" (Sl 103:13-14).
Seminarista Marcelo Levi